Comprar título para quê?

Para quê? Esta é a nossa pergunta sobre a suspeita de fraude no resultado do Carnaval 2007. Para que a Beija-Flor de Nilópolis teria armado a conquista nos bastidores? O defile da Azul-e-Branco foi irretocável e, conseqüentemente, seu título, justíssimo. Pelo menos é essa a nossa opinião. Podemos, é claro, estar sendo ingênuas, mas a apresentação da escola nilopolitana dispensava qualquer tipo de negociação. Se houve, foi completamnete desnecessária. Bem, o que nos resta é esperar as provas ou, menos ainda, indícios da armação que o delegado da Polícia Federal Emanuel Henrique Oliveira, responsável pela operação Hurricane (furacão, em inglês), afirmou ter.
Caso haja mesmo alguma evidência, como ficariam as outras escolas? As tais suspeitas não poderiam desencadear uma reação do Império Serrano e Estácio de Sá, escolas que desceram para o Grupo A? Alguns presidentes de agremiações que não gostaram do resultado obtido, o Salgueiro, por exemplo, não poderiam também contestar a sua colocação? É... a coisa ficou feia!
Mas até agora não há provas de nada. Não teria o delegado se precipitado em sua declaração? O prefeito Cesar Maia acha que sim. Ontem, ele disse que o policial federal deveria ter concluído as investigações antes de afirmar que houve fraude. A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), em recesso, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comentaria as declarações do delegado. Como falamos na coluna de sábado, haverá eleições para presidente da Liesa no dia 16 de maio, e um dos presos na operação, Capitão Guimarães, é candidato à reeleição.
Enquanto nada é provado, os torcedores da Beija-Flor continuam protestando. Ontem, nas ruas de Nilópolis, pudemos ver várias pessoas com camisas da escola. Uma delas nos chegou a desafiar a Polícia Federal: "Por que os policiais não vêm até a escola para ver que nós treinamos três vezes por dia, até cansar? Nós ganhamos porque merecemos. Trabalhamos muito pra isso!", disse, indignado um integrante da agremiação.
Pelo que vimos na Marquês de Sapucaí, o entrevistado tem razão. O desfile foi impecável. Vamos esperar para ver se as provas da fraude também serão inquestionáveis. No final, queremos ver quem vai levar nota 10.

Ivo viu...

Na última quarta-feira, encontramos Ivo Meirelles no Porcão Rio´s, no Aterro do Flamengo. Era dia de Vasco e Gama, oportunidade de Romário fazer o milésimo gol, mas o jogo não deu samba para o Baixinho. Mas Ivo não foi ao restaurante assistir à partida pelos telões. Havia acabado de sair da pré-estréia do documentário "Cartola, música para os olhos", no Cine Odeon, Centro do Rio. Parecia ter gostado do que viu, mas confessou que não conheceu muito o mestre compositor. "A imagem que tenho do Cartola é dele bebendo uma cerveja preta. Como era pequeno, não tive muito contato com ele. Já com o Carlos Cachaça tive mais". Por falar em Ivo, amanhã ele comanda o primeiro ensaio da bateria sob a sua gestão. "Peguei oito pessoas e mais um voluntário e fiz um pequeno treinamento já pensando no nosso primeiro ensaio. Não tenho medo de ousar. Antes, quando eu comentava os desfiles colocava o dedo nas feridas dos outros. Agora, vou ensinar como é que se faz o certo". Boa sorte, Ivo!

Tititi na Estácio

Rebaixada para o Grupo de Acesso A, a Estácio de Sá ainda parece sofrer o baque do rebaixamento. A Vermelho-e-Branco acaba de dispensar o carnavalesco Jack Vasconcelos, recém-contratado pela agremiação. O carnavalesco substituiu Paulo Menezes, despedido logo após o Carnaval deste ano. Jack recebeu a informação pelo telefone.Para o carnavalesco, o diretor de Carnaval da agremiação, Marco Aurélio Fernandes, o Marquinhos, disse que a agremiação teria se "precipitado" ao contratá-lo. Esta foi a única explicação.Jack já estava pesquisando enredos para o desfile do próximo ano. A dispensa deixou o carnavalesco magoado. "Dei prioridade à Estácio e por isso nem cheguei a conversar com as escolas que me procuraram. Não gostei da postura da diretoria", desabafou.Mas a luta continua. O carnavalesco afirma que não fica fora do Carnaval 2008. "Muitas escolas ainda estão definindo seus profissionais. Já estou refazendo meus contatos. Pedem ética aos carnavalescos, mas não agem corretamente conosco. O pior é que está virando regra no carnaval". Falou e disse.