RITMO DA FOLIA - POVO DO RIO NO CARNAVAL

Aqui, publicaremos a coluna do Jornal Povo do Rio, com informações sobre o mundo do samba. Afinal, o Carnaval é ou não é o maior espetáculo do planeta? GISELLE SANT´ANNA E RENATA ONAINDIA. As fotos são de Fellippo de Freitas

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Ivo, o mico verde-e-rosa... e roxo!

Depois de Preta Gil, Gracyanne Barbosa, o enredo sobre o frevo no ano do centenário de Cartola e a presença na festa de casamento do traficante Beira-Mar, a Mangueira pagou mico outra vez. Quer dizer, agora, o protagonista da vergonha é presidente de bateria da agremiação, senhor Ivo Meirelles. Para quem queria agradar ao público no final do ensaio técnico do último domingo, o ‘homem do cabelo colorido’ acabou desrespeitando as 15 mil pessoas que foram à Marquês de Sapucaí prestigiar o treino da Estação Primeira. A briga, que não se limitou à discussão verbal e chegou às vias de fato, com o diretor de Harmonia da escola é uma amostra da atual fase da escola. Os mangueirenses sentem saudades de outros tempos, quando o show era só na Avenida, durante o desfile. Com espetáculos reprováveis, uma pergunta surge no ar: até quando Ivo Meirelles vai mandar e desmandar? Nos corredores da escola, segmentos dão como certa a sua saída. A menos de dois meses do Carnaval, a coisa está preta da Verde-e-Rosa.

Ei, me dá um dinheiro aí!

O que é bom para uns pode ser muito melhor para outros. Dizemos isto porque, neste final de semana, o governador Sérgio Cabral se reuniu com o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, o ministro Gilberto Gil e o presidente Lula e conseguiu arrancar da Petrobras, Unipar e Braskem, através do Governo Federal, R$ 12 milhões para as escolas do Grupo Especial. A doação foi atendida após a reivindicação de Nilo Figueiredo, presidente da Portela. Cabral deixou bem claro que o recurso serviria para que as agremiações ficassem mais livres para suas escolhas, afastando qualquer influência política. Se o grupo de elite do carnaval está precisando de ajuda, que dirá as escolas do Acesso, que precisam rebolar, e muito, para colocar o carnaval na rua. Conversamos com algumas pessoas que fazem o carnaval das agremiações dos grupos A e B e a opinião foi unânime: será que não sobrou um trocado?
Para o polêmico presidente da Caprichosos de Pilares, do Grupo A, Paulo Almeida, as agremiações do Especial ganharam porque pleitearam.
- O Castanheira corre atrás. Eu acho justo, merecem até mais. Mas a Associação (das Escolas de Samba da Cidade do Rio - Aescrj) precisa pedir também. Estive com o Walter Texeira e pedi para que ele defenda nossos direitos - disse.
Já Antônio Marcos Teles, o Tê, presidente da Império da Tijuca, também do Grupo de Acesso, diz não saber o motivo da preferência, até porque estas escolas vêm crescendo a cada desfile.
- Precisamos de apoio também. Estamos crescendo a cada ano. A subvenção também deveria ser igual, até porque estamos brigando para chegar ao Especial e poderíamos fazer um carnaval ainda melhor, à altura do Grupo Especial. Quando acaba o carnaval, estamos devendo aos fornecedores – afirmou.
O carnavalesco Eduardo Gonçalves, da Lins Imperial, que foi a grande campeã do Grupo B este ano e agora almeja o Especial, fez um grande desfile, mas, para atingir a nota máxima, precisou de investimento.
- O carnaval carioca está cada vez mais caro. A produção é a mesma do Especial, até porque a mídia, o público e os jurados exigem isto. Trabalhamos com o mesmo material. O ferreiro, o escultor e quem confecciona os destaques são os mesmos (do Especial). Nem que fossem R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões para todas nós, seria mais que justo que o Governo Federal liberasse.
Se as agremiações do Grupo de Acesso já passam por dificuldades financeiras, imaginem só as do B, que recebem R$ 80 mil cada. Marquinho, diretor de Carnaval da Alegria da Zona Sul, acredita que o investimento seja em função dessas agremiações serem a vitrine do Rio, por isso acaba não sobrando nada para as outras.
- Não é interessante investir na gente. Elas têm maior visibilidade. Mas se as escolas não se ajudarem, não desfilam. Tem escola que não começou seus trabalhos de barracão porque não tem dinheiro. O que você vê passando na Avenida não são R$ 80 mil - finalizou.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Atenção, Associação!!!!!!!!

Nada como um fim de semana para relaxar... e fazer a raiva passar. Não, isso não é enredo de escola de samba. Estamos falando do desconforto por que passamos na festa de lançamento do CD das agremiações do Grupo de Acesso A, na noite da última sexta-feira, no Scala. Como em todos os eventos, a imprensa tem uma área reservada para se acomodar. Desta vez, no entanto, o espaço estava recheado de pessoas que nada têm a ver com cobertura de Carnaval. Em suma, ficamos em uma mesa na lateral do palco e não vimos sequer uma apresentação. No máximo, ouvimos os sambas. Não pudemos falar com nenhum integrante das escolas. Na ocasião, pensamos em não escrever uma linha sobre o evento, mas a irritação passou. Além disso, você, leitor, não merece ser ‘punido’ com a ausência de notícia. Por isso, a coluna de hoje será destinada a contar o que rolou no evento. Pelo menos, o que rolou aos nossos olhos, mesmo com a visão obstruída. Só para registrar: Mário Roberto (assessor de imprensa da Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro) as críticas são construtivas. Não deixe ninguém atrapalhar seu bom trabalho. Todos reconhecem seu esforço para organizar, sozinho, o evento. Nós te adoramos!
Vamos aos fatos. Pelo que ouvimos, os sambas que mais chamaram atenção foram os da Império da Tijuca e Lins Imperial. A Verde-e-Branco do Morro da Formiga, que levará para a Marquês de Sapucaí o enredo sobre os 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil, empolgou a galera. Com ótima melodia, o samba tem um primeiro refrão explosivo: “Jardim de beleza, perfume e sabor / Um doce recanto, lugar sedutor/ João semeou lindos florais/ Na herança eternos palmeirais”.
Já a Lins Imperial, que voltou ao Grupo A este ano, tem um samba para vencer o campeonato. Com a mãozinha de Francisco do Pagode, mais conhecido como Tuchinha da Mangueira, a letra foi mais cantada na casa de espetáculo. Assim como a Império da Tijuca, o primeiro refrão encantou: “Essa terra tem palmeiras/ Onde canta o sabiá/ No encantar da natureza/ Brilha noite em Lua cheia/ Faz divino este luar.
Mais nem tudo foi festa. Mais uma vez, a Caprichosos de Pilares roubou a cena. Só para lembrar, este ano, a escola da Zona Norte não quis fazer parte do chamado Carnaval do Povão, nome da transmissão comandada por Jorge Perlingeiro na CNT. Para o Carnaval 2008, nova confusão. No evento do Scala, a agremiação não se apresentou e sequer foi citada. Ontem, ligamos para o presidente da Caprichosos, Paulo de Almeida. Segundo ele, a ausência deu-se ao fato de a diretoria da escola não concordar com o número de convites recebidos.
- Todas as escolas ganharam 30 convites. A Caprichosos só recebeu 12. Não concordamos com isso. Por este motivo, não fomos nos apresentar”, explicou o presidente Paulo de Almeida.
Outro problema apontado pelo dirigente diz respeito à qualidade do CD. Para ele, a gravação é ruim.
- Os sambas estão arrastados, fora do tempo. Apresentei uma proposta à Aescrj para que o CD fosse produzido pelo Rômulo Costa. Se eles tivessem aceitado, teríamos 1.400 pontos de venda, divulgação na TV Bandeirantes e Rede TV!, 200 CDs para cada escola e 18% da venda, mas eles não quiseram – afirmou.
O presidente da Aescrj, Walter Teixeira, explicou, por meio de sua assessoria de imprensa, que somente a Caprichosos queria mudar o produtor do CD e que as outras nove escolas do Grupo A quiseram manter Leonardo Bessa, que faz a produção há cinco anos, à frente dos trabalhos.

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