RITMO DA FOLIA - POVO DO RIO NO CARNAVAL

Aqui, publicaremos a coluna do Jornal Povo do Rio, com informações sobre o mundo do samba. Afinal, o Carnaval é ou não é o maior espetáculo do planeta? GISELLE SANT´ANNA E RENATA ONAINDIA. As fotos são de Fellippo de Freitas

terça-feira, dezembro 04, 2007

Atenção, Associação!!!!!!!!

Nada como um fim de semana para relaxar... e fazer a raiva passar. Não, isso não é enredo de escola de samba. Estamos falando do desconforto por que passamos na festa de lançamento do CD das agremiações do Grupo de Acesso A, na noite da última sexta-feira, no Scala. Como em todos os eventos, a imprensa tem uma área reservada para se acomodar. Desta vez, no entanto, o espaço estava recheado de pessoas que nada têm a ver com cobertura de Carnaval. Em suma, ficamos em uma mesa na lateral do palco e não vimos sequer uma apresentação. No máximo, ouvimos os sambas. Não pudemos falar com nenhum integrante das escolas. Na ocasião, pensamos em não escrever uma linha sobre o evento, mas a irritação passou. Além disso, você, leitor, não merece ser ‘punido’ com a ausência de notícia. Por isso, a coluna de hoje será destinada a contar o que rolou no evento. Pelo menos, o que rolou aos nossos olhos, mesmo com a visão obstruída. Só para registrar: Mário Roberto (assessor de imprensa da Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro) as críticas são construtivas. Não deixe ninguém atrapalhar seu bom trabalho. Todos reconhecem seu esforço para organizar, sozinho, o evento. Nós te adoramos!
Vamos aos fatos. Pelo que ouvimos, os sambas que mais chamaram atenção foram os da Império da Tijuca e Lins Imperial. A Verde-e-Branco do Morro da Formiga, que levará para a Marquês de Sapucaí o enredo sobre os 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil, empolgou a galera. Com ótima melodia, o samba tem um primeiro refrão explosivo: “Jardim de beleza, perfume e sabor / Um doce recanto, lugar sedutor/ João semeou lindos florais/ Na herança eternos palmeirais”.
Já a Lins Imperial, que voltou ao Grupo A este ano, tem um samba para vencer o campeonato. Com a mãozinha de Francisco do Pagode, mais conhecido como Tuchinha da Mangueira, a letra foi mais cantada na casa de espetáculo. Assim como a Império da Tijuca, o primeiro refrão encantou: “Essa terra tem palmeiras/ Onde canta o sabiá/ No encantar da natureza/ Brilha noite em Lua cheia/ Faz divino este luar.
Mais nem tudo foi festa. Mais uma vez, a Caprichosos de Pilares roubou a cena. Só para lembrar, este ano, a escola da Zona Norte não quis fazer parte do chamado Carnaval do Povão, nome da transmissão comandada por Jorge Perlingeiro na CNT. Para o Carnaval 2008, nova confusão. No evento do Scala, a agremiação não se apresentou e sequer foi citada. Ontem, ligamos para o presidente da Caprichosos, Paulo de Almeida. Segundo ele, a ausência deu-se ao fato de a diretoria da escola não concordar com o número de convites recebidos.
- Todas as escolas ganharam 30 convites. A Caprichosos só recebeu 12. Não concordamos com isso. Por este motivo, não fomos nos apresentar”, explicou o presidente Paulo de Almeida.
Outro problema apontado pelo dirigente diz respeito à qualidade do CD. Para ele, a gravação é ruim.
- Os sambas estão arrastados, fora do tempo. Apresentei uma proposta à Aescrj para que o CD fosse produzido pelo Rômulo Costa. Se eles tivessem aceitado, teríamos 1.400 pontos de venda, divulgação na TV Bandeirantes e Rede TV!, 200 CDs para cada escola e 18% da venda, mas eles não quiseram – afirmou.
O presidente da Aescrj, Walter Teixeira, explicou, por meio de sua assessoria de imprensa, que somente a Caprichosos queria mudar o produtor do CD e que as outras nove escolas do Grupo A quiseram manter Leonardo Bessa, que faz a produção há cinco anos, à frente dos trabalhos.

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